
A primeira impressão que dá é que os métodos contraceptivos foram criados para evitar uma gravidez indesejada. No entanto, é necessário aqui interpretar duas situações: o “evitar uma gravidez” e o fato dela ser “indesejada”.
Se for mesmo para evitar uma gravidez, nas suas razões lícitas, então o método se chama ‘abstinência sexual’, que é uma maneira cem por cento seguro e eficaz que deve ser utilizado pelos homens e mulheres solteiros.
E quanto aos casais unidos pelo Sacramento do Matrimônio? Alguém poderia perguntar: – quais são as razões lícitas que justificam o impedimento ou espaçamento de uma gestação, pois se acontecesse, seria indesejada?
A Encíclica Humanae Vitae promulgada pelo Beato Papa Paulo VI, em 25 de Julho de 1968, nos ensina:
“Se, portanto, existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais…”
Portanto, a única conclusão possível é que os métodos contraceptivos foram criados para justificar nossa entrega à luxúria.
Os animais não possuem controle sobre a sua vontade e seus instintos, por isso precisamos castrá-los caso não desejemos que se reproduzam. Ao utilizar os contraceptivos, estamos nos rebaixando aos animais, pois estamos dizendo que, porque não conseguimos controlar o nosso instinto sexual, precisamos nos “castrar” (temporária ou permanentemente) para não procriarmos.
Dessa forma, a contracepção está nos negando a liberdade que nos foi dada para amar, pois está afirmando que a pessoa não pode se abster. Esses métodos são ilícitos, porque desvirtuam as leis da natureza e podem também prejudicar a saúde, e alguns deles chegam a provocar o aborto. Por isso, São João Paulo II diz que “os métodos anticoncepcionais são algo profundamente ilícito, que nunca, por nenhuma razão, poderão ser justificados” (Audiência de 17.09.83) Os meios contraceptivos ainda facilitam a infidelidade conjugal, cooperam para o descontrole sexual ou fomentam a falta de domínio dos impulsos mais primários; propiciam o perigo de instrumentalizar a mulher, colocando-a a serviço do egoísmo masculino; facilita à autoridade pública invadir, com diferentes métodos, a intimidade conjugal.
“Portanto, se não se quer expor ao arbítrio dos homens a missão de gerar a vida, devem-se reconhecer necessariamente limites intransponíveis no domínio do homem sobre o próprio corpo e sobre as suas funções; limites que a nenhum homem, seja ele simples cidadão privado ou investido de autoridade, é lícito ultrapassar. Esses mesmos limites não podem ser determinados senão pelo respeito devido à integridade do organismo humano e das suas funções.” (Paulo VI, no n.º 17 da Encíclica Humanae vitae)