
Sabemos que a conversão é algo inevitável para quem já teve uma experiência pessoal e íntima com Jesus Cristo. Temos também o conhecimento de que conversão significa mudança, transformação, modificação de rotas, caminhos, pensamentos, sonhos e comportamentos.
O encontro com Jesus a partir do seu chamado é o início de uma mudança progressiva que pode se tornar radical, dependendo da intensidade e da vontade com que a pessoa se propõe a assumir esta nova realidade de vida. Jesus é o Caminho, não existe outro a ser seguido, por isso quando o cristão se decide pela conversão, Jesus se torna o modelo a ser assumido, não como imitação, mas como o “tornar-se” igual a Ele na essência: “Sede perfeitos, como vosso Pai Celeste é perfeito”. A conversão cristã se dá no ser, no agir e no pensar.
A conversão é um processo que dura a vida toda, mas que pode ser “acelerada” a partir do momento em que se tem motivações. O encontro diário com a Palavra de Deus é uma rica fonte de motivação, onde Jesus mesmo nos ensina os novos comportamentos a serem adquiridos, por exemplo, quando nos exorta em relação ao amor e à oração aos que nos perseguem, ou ainda, ao perdão que devemos dar setenta vezes sete, se nosso irmão pecar contra nós. Não há prova maior de vida convertida se não for a partir do reconhecimento do amor de Jesus por nós, por isso, o amor e o perdão devem nortear a nossa conduta humana e pessoal.
Todo homem e mulher que se encontra com Jesus tem a experiência de se encontrar consigo mesmo, e a partir daí prosseguir um caminho de maturidade, onde exigirá uma postura diferente diante das situações da vida. É preciso crescer emocionalmente, sabendo enfrentar as diversas situações da vida com fé e serenidade.
O processo de conversão vai nos dando inteligência emocional, configurando nosso jeito de ser, num jeito de Cristo, onde vamos adquirindo a capacidade de enfrentar os problemas, superando as dificuldades e levantando quando caímos.
O exercício para estabilizar a afetividade não nega as emoções, ou seja, podemos sentir raiva, tristeza, alegria, ira, irritação, mas precisamos tomar cuidado para que essas emoções não permaneçam por muito tempo, ou seja, que eles existam apenas no tempo breve dos acontecimentos. Temos que diminuir o tempo de permanência nas emoções que prejudicam a estabilidade emocional e aumentar o grau de tolerância com o outro.
A prudência e a justiça também devem ser base do novo comportamento de quem assume a necessidade da conversão. Ser guiados pelo juízo e respeitar os direitos alheios, estabelecendo relações harmoniosas que promovam fraternidade.
Dessa forma, a conversão vai provocando em nós uma metanóia comportamental, ou seja, mudança de espírito, mudança de caráter!