Deus, mesmo ofendido toma a iniciativa de reconciliar o mundo consigo por meio de Cristo. Deus é o agente instigador da reconciliação.
Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus! (II Cor 5,20)
Através da morte de Cristo fomos reconciliados com Deus. Uma vez reconciliados somos salvos. É nesse nível que recebemos da parte de Deus o ministério da reconciliação. Este ministério é pessoal e comum, a todos quantos, entregaram sua vida a Deus. Deus nos dá este ministério como um voto de confiança, garantindo-nos que somos seus filhos e que estamos legalmente habilitados para representarmos o seu reino na terra, como embaixadores.
Como embaixadores da reconciliação, temos o dever de pregarmos as boas novas de Cristo que apontam para a reconciliação. O grande problema da humanidade é viver em desajuste com Deus, consequentemente, esse desajuste acontece também com as demais pessoas, por isso, registramos tantas intrigas nos relacionamentos. Através do ministério da reconciliação contribuímos para que as pessoas sejam integradas ao plano de harmonia, amor e fé.
“Imagina que Deus te quer encher de mel. Se estás cheio de vinagre, onde pôr o mel? É preciso jogar fora o conteúdo do jarro e limpá-lo, ainda que com esforço, esfregando-o, para servir a outro fim” (Santo Agostinho, Liturgia das Horas, Vol. III p. 192-193).
É o que fazemos com a confissão sacramental. Vamos esvaziar o jarro de nossa vida do vinagre de nossas faltas, a fim de que Deus o encha com o mel de sua graça e nós com nossos desejos das coisas do alto.
A morte de Cristo tinha um Alvo Principal
O homem não podia se auto-redimir. A exigência era o sacrifício de alguém que não houvesse pecado. Como não havia ninguém, Cristo ofereceu-se para morrer, partindo da vontade de Deus, para que toda a humanidade tivesse a grande oportunidade de ter amizade, comunhão, harmonia com o Criador, e isso nos é garantido através do Sacramento da Confissão.
Assim, Deus não nos julga segundo a pequenez de nossos atos, mas de acordo com grandeza de nossos desejos, de nossos sonhos e de nossa criatividade. Nossos atos sempre serão limitados, mas nossos desejos podem ser infinitos. Ele sabe que somos limitados, fracos, inconstantes. Como Paulo, somos constrangidos a dizer: “Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita.
Homens novos para um mundo novo!
Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!”(II Cor 5,17)
A primeira justificativa que nos abre à graça de Deus é que Jesus, por sua morte, nos liberta do pecado e, por sua Ressurreição, nos abre as portas de uma nova vida. Este é o duplo sentido do Mistério pascal. Quando fazemos memória do Mistério Pascal, ele se atualiza e a obra de Cristo acontece novamente no presente, nos redime nos salva, nos abre as portas para uma vida nova.
A Comunidade Missão Theotokos existe para isto. Deus nos criou como uma comunidade para a formação de “Homens Novos para um Mundo Novo”. Somos como uma sementeira, onde Deus investe para formar Homens Novos para um Mundo Novo. É uma longa e árdua tarefa, ação conjunta de Deus e nossa. Obra que durará toda a vida. Somos embaixadores da reconciliação.